Lindemberg vive desde o crime na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo. Lá dentro, ele monta peças para box de banheiro, lê, participa de cultos religiosos e joga futebol. Nunca teve problemas disciplinares, e só saiu três vezes – todas para ir ao Fórum de Santo André.
No banco dos réus, durante o julgamento, mostrou até agora poucas reações – uma delas um sorriso ao ficar frente a frente com Ronickson Pimentel, irmão de Eloá, que descreveu uma conversa com o réu durante o cárcere.
“Ele disse frequentemente que ia matar a Eloá e depois se matar. Ele ficava calmo, mas de repente nervoso. Ele mudava bastante de humor”, disse o irmão da vítima em seu depoimento.
A defesa e a acusação vêem o réu de maneiras muito diferentes. “É um rapaz de paz, calmo, sensato, focado”, disse Ana Lúcia Assad, defensora de Lindemberg. “A postura de Lindemberg é uma postura fria, calculista, como se nada tivesse acontecido”, afirmou José Beraldo, assistente de acusação.
Antes nervoso e agressivo; agora apático dentro do tribunal. A psiquiatra Fabiana Assaf, que atende detentos há sete anos, diz que isso pode acontecer. “Pode ser uma orientação da advogada dele, de dizer que ele tem que ficar mais tranquilo, mais quieto, para que convença os jurados que ele não é culpado”, afirmou. “Outra coisa que pode acontecer é que o encarceramento por si só pode desencadear uma doença mental. Ele pode estar um pouco deprimido por ter sido preso.”
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